A variedade do café

Os cultivares de café arábica no Brasil

Historicamente, as primeiras plantações no Brasil vieram de linhagens como Bourbon e Typica. Com o tempo, seleções naturais e cruzamentos — alguns realizados por institutos como o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e depois multiplicados por Embrapa e centros regionais — deram origem a cultivares adaptadas ao mercado e às condições locais.

Exemplos clássicos que dominaram o parque cafeeiro brasileiro são Mundo Novo e Catuaí, ambos amplamente plantados por oferecerem boa produtividade e adaptação. Cada cultivar (variedade) carrega características próprias de porte, produtividade, resistência a pragas/doenças, adaptação a altitude e clima, além de potencial de qualidade de xícara. Entender essa diversidade é fundamental para quem planta, torra, comercializa ou simplesmente se interessa pela origem da xícara.

Neste mês, lançamos o microlote Arara, mais que um perfil sensorial específico, esta série de 3 varietais que torramos no ano é para ampliar o conhecimento tanto de quem trabalha diretamente com café quanto de quem adoro degustar e aprender mais.

Nos últimos anos, a Arara tornou-se uma das variedades mais plantadas do Brasil entre produtores voltados ao mercado de cafés especiais. Sua ampla adaptação geográfica, aliada à estabilidade produtiva e ao potencial de qualidade, tem feito com que seja uma escolha recorrente em novas áreas de plantio e também em renovações de lavouras tradicionais.

Para o produtor, a recomendação prática é trabalhar com informação: conhecer a origem genética das mudas que planta, alinhar a escolha da cultivar ao seu clima, mercado (commodity vs. especialidade), e às possibilidades de manejo (mão de obra, mecanização, irrigação). Para torrefadores e compradores, entender a gama genética disponível permite valorizar lotes por características de sabor e consistência, e estabelecer parcerias de pesquisa e campo com universidades e centros técnicos.

A vasta diversidade de cultivares no Brasil é uma das maiores forças do setor — possibilita adaptação regional, inovação e resposta a crises (doenças, clima, mercado). O caminho a seguir é fortalecer a ponte entre pesquisa e prática: difundir cultivares testadas e certificadas, investir em melhores mudas, e combinar genética com manejo e pós-colheita para extrair tanto produtividade quanto qualidade sensorial. O futuro das variedades brasileiras passa por melhoramento preciso, sustentabilidade e foco na xícara — para que o Brasil continue sendo referência tanto em volume quanto em cafés de alto padrão.

Aqui, ao final do texto você pode acessar o site da Fundação Procafé e navegar pelas descrições detalhadas de diversas variedades de café.

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